Os orégãos no Alentejo

Sobre os Orégãos

No Alentejo tinham uso preferencial no “adoçar” das azeitonas. Sim, dado que as azeitonas se “adoçavam”, deitando-as no pote, mergulhadas em muita água e sal, para lhes retirar o “amargor”, com sucessivas mudas das águas. Donde a expressão, “mudar a água às azeitonas”, também conotada com outros agires. Depois, juntavam-se os orégãos – com caules, folhas e flores - e outras coisas mais a gosto, consoante o gosto e os costumes do lugar.
Uma boa sopa de tomate, vazada no tarro, e migadas as sopas, tinha a enfeitá-la e dar-lhe gosto, na "crosta" superficial, dois ou três pés de orégãos que, à tirada da tampa, exalavam!
Na panela onde se amolecia o queijo, o óleo dos pés de orégão e o azeite, produziam a mistura perfeita que abrandava o dito e encantava o palato.
Por isso, se apanhavam aos molhos, em monturos, beiras dos caminhos, muros de pedra e afins. Estes que fotografei dariam dois ou três molhos, nos adentros do que foi a romana Ammaia e Olhos d'Agua.
Hoje já se cultivam, nem todos por processos biológicos e o cheiro, às vezes, já não fica nas mãos, nem anda no ar. Mas exalta-se, para além dos usos e dos saberes de antanho, o poderoso antibiótico natural de tão singela dádiva campestre, conhecida pelos Gregos como Alegria das Montanhas. Graças a um tal de carvacrol, ou coisa parecida, poderosa substância que pode ajudar as defesas do nosso corpito, aliviando o recurso massivo aos laboratorialmente produzidos, com os efeitos preventivos que a ciência reconhece como imprescindíveis. Mais haveria para escrever, mas o arrazoado já vai longo!



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