Tanta silva, tanta amora....

A quem não foi contada a crença, presente na tradição popular, do homem com o molho de silvas às costas? Coisa dolorosa, certamente, a lembrar castigo.... Em primeiro lugar, por ter sido colocado na lua, silhueta que se avista completa, em dias de Lua Cheia. Em segundo lugar, por ter trabalhado ao Domingo. Imaginem, dia Santo. Sempre me fez confusão e por duas razões: em tempos de penúria era preciso trabalhar todos os dias e não chegava; e, depois, como outras coisas, entre o Sagrado e o Profano, alguém devia fechar os olhos, a tal desmando a Deus, para que tudo ficasse na mesma: os mais poderosos iam à missa e os mais vulneráveis continuavam a trabalhar... À parte isso, com a gaiatagem da minha rua, que, às vezes, estendíamos à rua de cima ou ao largo de baixo, para aumentar o contingente, caso estivéssemos "em paz", partíamos às amoras silvestres.... O costume era apanhar e comer. Pouco importava o pó acumulado - que dizíamos que as conservava - ou se estavam quentes. Prej...